Sem projeto não há presente para os idosos nem futuro para os jovens!

Sem projeto não há presente para os idosos nem futuro para os jovens!
Sem inflação: Aposentadoria, pensão e salário mínimo!

Bolsonaro/Paulo Guedes: Acabaram com a correção das aposentadorias pela inflação! Desgraça no Chile feita por Paulo Guedes!

Lula/Simone Tebet: Querem acabar a correção do salário mínimo pela inflação! É a volta da escravidão dos trabalhadores brasileiros!

 O Brasil vem sendo conduzido, há décadas, pelo improviso, pela superficialidade e pelo palpite. Sempre copiamos modelos de fora, sem compreender nossa realidade, e só nos movemos de verdade quando a crise já está instalada. Foi assim no passado, e é assim hoje.

Entre 1930 e 1980, o Brasil viveu o maior ciclo de crescimento da história do capitalismo mundial. Crescemos em média 7,5% ao ano. Em alguns momentos, chegamos a 15%. Transformamos uma economia agrária e atrasada em um país que ousava se industrializar. Isso não foi fruto de sorte ou populismo barato, mas de um projeto nacional de desenvolvimento: Estado, empresas e sociedade caminhando juntos para construir futuro.

Esse modelo, porém, ruiu no fim dos anos 70, quando a dependência externa de capitais e a redoma protecionista se tornaram insustentáveis. E, em vez de construir um novo caminho, a redemocratização brasileira preferiu esconder o “defunto na sala”. Fizemos críticas justas à ditadura pela falta de liberdade e truculência, mas ignoramos o colapso econômico que já estava em curso. A partir daí, abraçamos o receituário neoliberal sem reflexão, e até hoje carregamos seus efeitos.
Guedes tenta negar, mas anuncio do fim da reposição da inflação para as  aposentadorias e o salário mínimo é verdadeiro | FINDECT
O resultado é que, enquanto a China saltou de um PIB per capita de 200 dólares em 1985 para 14 mil hoje, e a Coreia do Sul passou de 1.200 para 38 mil dólares no mesmo período, o Brasil patinou: fomos de 2.300 para 11 mil. Crescemos, mas ficamos para trás.
Agora o cenário global traz novos desafios. Os Estados Unidos vivem seus déficits gêmeos – fiscal e comercial – e Trump tenta, de forma desastrada, trazer a indústria de volta ao território americano. Isso ameaça diretamente a China e, por consequência, pressiona mercados como o nosso. Se o Brasil não tiver projeto, seremos apenas o quintal para o excedente industrial do Oriente.
Tebet defende desvincular salário mínimo de aposentadoriasSimone Tebet, ministra de planejamento do governo Lula, quer tirar a correção do salário mínimo pela inflação! OU SEJA: ESCRAVIZAR TRABALHADOR!
Não faltam oportunidades: temos petróleo estratégico, minerais raros, a maior fronteira agrícola ainda por explorar e a rara condição de produzir tanto culturas tropicais quanto temperadas. Mas seguimos desperdiçando isso por falta de gestão e visão de futuro.v

Enquanto isso, a economia brasileira enfrenta um processo de frenagem. A taxa de juros, mantida em patamar absurdo, não combate a inflação estrutural, que é formada em grande parte por preços administrados (como energia e combustíveis) e por choques sazonais (como alimentos). É um canhão disparado contra beija-flores. O resultado? Uma gigantesca transferência de renda do Tesouro Nacional para uma minoria de rentistas.

Não é “bola de cristal”. É estudo, é experiência, é a coragem de olhar para a realidade sem preconceito. O Brasil precisa de um projeto nacional de desenvolvimento que una Estado e iniciativa privada em torno da inovação, da educação e da soberania econômica. Precisamos parar de elogiar a ignorância e começar a agir com inteligência e coragem.

Se não fizermos isso, seguiremos repetindo o erro histórico de deixar que outros decidam nosso destino.

OBS: Frases sublinhadas não pertencem ao texto original de Ciro Gomes. Foram acrescentadas pelo editor.