12/11/2020
Iniciativa promovida por Coletivos de Saúde Mental
oferece atendimento psicológico ao mesmo tempo em que analisa eficácia da
estratégia de apoio socioemocional on-line.
Tainá Lourenço (*)
O
cuidado com a saúde mental entrou em pauta durante a pandemia do novo
coronavírus, pois com o isolamento social sentimentos de ansiedade, medo e
depressão foram intensificados, principalmente para idosos e profissionais de
saúde. É pensando nesse público que o projeto Coletivos Saúde Mental promove
acompanhamento psicológico on-line e gratuito. Além de oferecer amparo aos
participantes, a iniciativa é uma pesquisa que vai analisar as contribuições
dos serviços de atendimento terapêutico remoto para esses dois grupos. Para
participar, é necessário fazer a inscrição pelo formulário on-line, neste link.
O
acompanhamento é voltado para pessoas com 60 anos ou mais. Também são atendidos
profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, atendentes e técnicos de
enfermagem, farmacêuticos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos,
assistentes sociais, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e cuidadores de
idosos, com idade entre 20 e 59 anos, das redes de serviço público e
privado. O atendimento psicológico on-line
teve início em março deste ano e vai até abril de 2021 e faz parte de um
projeto de pesquisa multicêntrico, voltado para residentes no Rio
Grande do Sul, no Distrito Federal e em São Paulo.
O Coletivos é uma parceria
entre pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão
Preto (FFCLRP) da USP, da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de
Passo Fundo (UPF), no Rio Grande do Sul, com apoio da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS). Na USP o projeto conta com a
coordenação da professora Sonia Regina Pasian, do Departamento de Psicologia
da FFCLRP.
Sonia conta que a ideia de criar o coletivo surgiu a partir da preocupação com as dificuldades que o público-alvo do projeto vem sofrendo durante a pandemia e que têm sido relatadas na literatura científica. “Os idosos fazem queixas de solidão, ansiedade, tristeza, insônia, além de preocupações sociais e de saúde, e dificuldades em cumprir o isolamento, que, em muitos casos, envolvem problemas cognitivos que podem vir a facilitar o contágio.” A pesquisadora afirma que, por pertencerem ao grupo de risco, as pessoas idosas precisam “de um olhar mais atento aos cuidados, tanto em sua saúde psíquica quanto física”.
Já em relação aos profissionais de saúde, a pesquisadora conta que não tem sido diferente. Além da pressão que enfrentam dentro dos hospitais e serviços de saúde, devido ao risco de contraírem ou de serem portadores do novo coronavírus, alguns profissionais atuantes na linha de frente da pandemia se isolaram até mesmo da família e amigos, medidas que trouxeram “fragilização ao equilíbrio psíquico e à saúde mental”.
Além disso, Sonia também aponta o risco que a classe enfrenta em desenvolver estresse pós-traumático após a pandemia. Para amenizar o impacto negativo da solidão, os pesquisadores consideram que “os grupos de avaliação e intervenção em saúde mental on-line podem ser valiosa alternativa de escuta, a fim de amparar a sobrecarga emocional, além se ser ferramenta para identificar sinais de alerta para problemas de saúde que deverão ser devidamente cuidados.”
Os atendimentos on-line são realizados em grupos formados por 10 a 15 participantes da mesma região, uma vez por semana, com duração aproximada de uma hora cada. Durante as sessões, os participantes vão contar com o apoio de psicólogos e profissionais de saúde, assim como de alunos da graduação e pós-graduação das universidades participantes do Coletivos Saúde Mental.
Para participar dos grupos de atendimento basta realizar o cadastro aqui.
Saiba mais
Maiores informações podem ser obtidas em coletivosaudementalonline@gmail.com ou srpasian@ffclrp.usp.br
(*) Tainá Lourenço – redatora do Jornal USP. Matéria publicada no Jornal USP.
Foto destaque de Kagan Bastimar no Pexels
Sonia conta que a ideia de criar o
coletivo surgiu a partir da preocupação com as dificuldades que o público-alvo
do projeto vem sofrendo durante a pandemia e que têm sido relatadas na
literatura científica. “Os idosos fazem queixas de solidão, ansiedade, tristeza,
insônia, além de preocupações sociais e de saúde, e dificuldades em cumprir o
isolamento, que, em muitos casos, envolvem problemas cognitivos que podem vir a
facilitar o contágio.” A pesquisadora afirma que, por pertencerem ao grupo de
risco, as pessoas idosas precisam “de um olhar mais atento aos cuidados, tanto
em sua saúde psíquica quanto física”.
Já em relação aos profissionais de
saúde, a pesquisadora conta que não tem sido diferente. Além da pressão que
enfrentam dentro dos hospitais e serviços de saúde, devido ao risco de
contraírem ou de serem portadores do novo coronavírus, alguns profissionais
atuantes na linha de frente da pandemia se isolaram até mesmo da família e
amigos, medidas que trouxeram “fragilização ao equilíbrio psíquico e à saúde
mental”.
Além disso, Sonia também aponta o
risco que a classe enfrenta em desenvolver estresse pós-traumático após a
pandemia. Para amenizar o impacto negativo da solidão, os pesquisadores
consideram que “os grupos de avaliação e intervenção em saúde mental on-line
podem ser valiosa alternativa de escuta, a fim de amparar a sobrecarga
emocional, além se ser ferramenta para identificar sinais de alerta para
problemas de saúde que deverão ser devidamente cuidados.”
Os
atendimentos on-line são realizados em grupos formados por 10 a 15
participantes da mesma região, uma vez por semana, com duração aproximada de
uma hora cada. Durante as sessões, os participantes vão contar com o apoio de
psicólogos e profissionais de saúde, assim como de alunos da graduação e
pós-graduação das universidades participantes do Coletivos Saúde Mental.
Para
participar dos grupos de atendimento basta realizar o cadastro aqui.
Saiba mais
Maiores informações podem ser obtidas em coletivosaudementalonline@gmail.com ou srpasian@ffclrp.usp.br
(*) Tainá Lourenço – redatora do Jornal USP. Matéria publicada
no Jornal USP.
Foto
destaque de Kagan Bastimar no Pexels